OS
GRUPOS INDÍGENAS
Na
época do Descobrimento do Brasil, as terras que hoje pertencem ao município de
Itaberaba que em tupí-guaraní, quer dizer “Pedra que brilha”, já eram habitadas
pelo grupo indígena dos Maracás, da raça dos tapuias, do grupo lingüísticos
Quiriri, que antes viviam no litoral de onde foram expulsos pelos Tupinaes e/ou
Tabajaras. Os Maracás eram índios, fortes, valentes, guerreiros e bons
cantores, robustos e bem acondicionados, não eram sanguinários, nem canibais.
Traziam os cabelos crescidos até as orelhas, enquanto as mulheres da tribo os
tinham compridos e atados às costas, não entendiam nenhuma outra língua que não
fosse a tapuia.
Grandes
flecheiros furavam os lábios e as orelhas onde atravessavam pedras roliças com
as quais também ornamentavam seus pescoços na crença que tinha grande poder
contra cólicas e dor nos rins e desta mesma pedra - a nefrita – de cor verde,
rara e dura fabricavam seus machados e raspadeiras.
Na tribo, enquanto os homens cuidavam da caça
e da guerra, as mulheres se dedicavam ao trabalho doméstico, à agricultura e a
cerâmica que manipulavam com perfeição. Os índios homens da aldeia eram
polígamos, e toda tribo vivia em aldeias e dormia em redes.
PASSAGEM DOS BANDEIRANTES
Notícias
remotas da época dos grandes desbravadores do sertão e vestígios de pequenos
fortes encontrados em vários locais que margeiam o médio Paraguaçu, afirmam a
passagem dos temidos bandeirantes que atravessavam as terras do município de
Itaberaba.
Rezam as tradições antigas que
lutas se travavam entre os primitivos habitantes e os primeiros descobridores,
vindos para combatê-los na disputa pela posse da terra, ou para escravizá-los,
na ambiciosa caça aos metais preciosos que acreditava haver na Serra do Orobó,
que significa “Ouro bom”.
O padre Leonardo do Vale conta em
uma das “Cartas Avulsas dos Jesuítas”, escritas na Bahia, a 26 de junho de
1562, que no ano de 1561 um determinado capitão (não nomeado na carta) seguiu
com cem homens o rio Paraguaçu cerca de 60 léguas, quando surgiram os
aborígenes, habitantes daquela região de armas, em punho, e mataram muitos
comandados dos chefes bandeirantes, obrigando-os a se retirarem. Essa expedição
não só atravessou a região do Orobó como foi muito além. Portanto, dos rios
brasileiros “a atrair a ação colonizadora dos sertões” o Paraguaçu foi o
primeiro. Men de Sá (1556 – 1572) Governador Geral, no documento de serviços
prestados à Coroa Portuguesa, declarando as guerras neste rio, tendo como
conseqüência a destruição de 160 aldeias indígenas.
Alguns anos mais tarde (1572), José
de Anchieta relatou: “Há seis anos que um homem honrado desta cidade e de boa
consciência e oficial da câmara que então era, disse que eram descidos do
sertão do Orobó naqueles dois anos atrás, 20.000 almas por conta, e estes todos
vieram para a fazenda dos portugueses”.
O QUILOMBO DO OROBÓ
Os diversos documentos existentes no
Arquivo Público de Itaberaba nos leva a crer da existência de escravos negros
na região e no município. O mais interessante, está no fato de ter havido na
Serra do Orobó um quilombo que levava o seu nome.
O Quilombo do Orobó caracterizou-se
na época por ser um dos mais importantes do Estado da Bahia, chegando a ser
temido de tal forma pelos moradores da região que o Ministro D. Rodrigo de
Souza Coutinho, Conde de Linhares, em 23 de setembro de 1786 escreveu ao então
governador baiano, Capitão D. Fernando José Portugal, Marquês de Aguiar (1788 –
1801), uma carta solicitando informações sobre os mesmos mocambos. Este por sua
vez atendeu aos pedidos da população local e acionou o capitão-mor de Entrada e
Assaltos, Severino da Silva Pereira, que destruísse o reduto dos Mocambos.
Ao voltar para Salvador em 1796, o mesmo
Capitão nomeou seu filho, Bento José Pereira, Cabo e Comandante, incumbindo-lhe
do ataque que destruíra, em dezembro deste mesmo ano, os quilombos de Orobó e
de Andaraí.
Nessa disputa houve mortos e foram aprisionados
treze escravos, sendo que uma boa parte conseguiu escapar reunindo-se noutro
quilombo conhecido pelo nome de Tupim, o qual em 29 de abril de 1798 foi
aniquilado.
Itaberaba surgiu da fazenda São Simão, em 1768,
fundada pelo capitão Manuel Rodrigues Cajado.
Em 1806, a
fazenda foi comprada por Antônio de Figueiredo Mascarenhas, que construiu em
1809 na parte central uma capela consagrada a Nossa Senhora do Rosário,
aglomerando-se ao seu redor um núcleo de moradores. É justamente aí neste centro histórico
que estão as construções mais antigas, casarões coloniais, que ainda guardam um
pouco da história antiga de Itaberaba.
‘Em
1817 ficou conhecida por Rosário do Orobó, então pertencente a vila de Nossa
Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira. Em 26 de março de 1877, o
município elevou-se a categoria de vila do Orobó com a Primeira Câmara
instalada em 30 de junho de 1877, tornando-se emancipada político-administrativa,
assumindo a função executiva e legislativa. Na data 25 de junho de 1897, vinte
anos depois de emancipada politicamente foi elevada pela lei estadual nº. 176 a
categoria de cidade, recebendo o nome de Itaberaba, que em Tupi-guarani
significa pedra que brilha
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